19 de agosto de 2015

CARTA ABERTA AOS FISIOTERAPEUTAS II

São Paulo, 15 de Agosto de 2013.
Já faz algum tempo que escrevi  a “CARTA ABERTAS AOS FISIOTERAPEUTAS - DIRETRIZES PRIORITÁRIAS DE ATENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES CRÍTICOS ADULTOS" e, agora, resolvi fazer alguns complementos; advertindo os gestores em serviços de fisioterapia , bem como os  que ditam as regras do “ jogo”, sejam, públicos, privados e, principalmente as universidades formadoras.
Historicamente, precisamos buscar na graduação o começo do fim. Fui supervisor de estágio em UTI por 15 anos e presenciei a mudança da rota; começamos a priorizar as atividades compartilhadas e deixamos a funcionalidade de lado.
Obviamente outros profissionais da saúde adoraram essa mudança de comportamento, menos o paciente que teve, obrigatoriamente, ficar confinado ao leito. 
Segundo a pesquisa do médico José Luiz Gomes do Amaral, a principal queixa do paciente de terapia intensiva está relacionada à IMOBILIDADE. E o que estamos fazendo?; respondo, estamos trocando cadarço do cânula endotraqueal, montando circuitos de ventiladores mecânicos, transportando pacientes, testando laringoscópio para outro profissional usar. Isto é atividade de nível médio, de baixa complexidade, como afirma a nobre fisioterapeuta, Dra. Marta Damasceno.
Não fazemos mais medidas de funcionalidade e incapacidade, diagnóstico, prognóstico e muito menos medidas de resultados.
Precisamos rever, mesmo achando que sabemos, o que é fisioterapia e conceitos de funcionalidade e incapacidade. O que temos dado à população é uma profissão que não reconheço como fisioterapeuta e que se enquadra em atividade tecnicista. Para tanto, podemos pedir ao COFFITO que reconheça essa “nova” profissão e autorize a formação de cursos de nível médio, ao exemplo do modelo de técnicos de enfermagem. Isto ofende a todos nós, é claro.
Quantos fisioterapeutas conseguem realizar fisioterapia, na concepção da profissão, em pacientes internados?
Enfim, não temos o direito de negar ao ser humano que precisa, uma bela e resolutiva profissão, esse é nosso ofício.
Afinal amanhã seremos paciente e, o que você esperaria deste profissional?

Luís Antônio Nunes
Fisioterapeuta

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