Saudações colegas.
Em uma recente revisão, foram encontrados 26 instrumentos de avaliação funcional de pacientes críticos como o Escore Perme, a ICU Mobility Scale/ Escala de Mobilidade em UTI, a Physical Function ICU Test (PFIT) entre outras.
Novas metodologias como a Manchester Mobility Score, Greenville Early Mobility Scale (GEMS) e a Critical Care Functional Rehabilitation Outcome Measure estão sendo propostas e testadas.
A postagem de hoje abordará o instrumento Critical Care Functional Rehabilitation Outcome Measure (CCFROM) que é uma proposta de Fisioterapeutas da Universidade de Cardiff no País de Gales (Reino Unido). A intenção foi criar um instrumento capaz de avaliar a Funcionalidade tanto no ambiente de Terapia Intensiva, como nas Enfermarias. Além de servir como marcador de prognóstico funcional, de elaboração de metas de reabilitação (diárias, e no momento da alta) e como balizador de um Plano Terapêutico baseado em metas funcionais.
A CCFROM é uma proposta de avaliação de 9 tarefas de mobilidade, nível de assistência e desempenho:
TAREFAS
1- Elevação de MMII
2- Rolar
3- Transferência de decúbito dorsal para sentado
4- Equilíbrio sentado (sentar na beira do leito por no mínimo 10 segundos)
5- Transferência de sentado para em pé
6- Ortostatismo (mínimo 10 segundos)
7- Marcha estacionária (mínimo 10 passos)8- Transferência para poltrona
9- Deambulação (mínimo 10 passos)
NÍVEL DE ASSISTÊNCIA
7- Independência
6- Independência modificada (tempo para execução das tarefas maior)
5- Supervisão (ajuda mínima de um terapeuta)
4- Assistência mínima (1 terapeuta)
3- Assistência moderada (2 terapeutas)
2- Assistência máxima (3 terapeutas)
1- Assistência total (4 ou mais terapeutas)
0- Incapacidade ou não testado (neste item é incluído o auxílio de dispositivos mecânicos como elevação mecânica)
A pontuação mínima é 0 e a máxima é 63, onde 63 indica Independência Funcional.
Mas é uma ferramenta válida?
O estudo Critical Care Functional Rehabilitation Outcome Measure: developing a validated measure foi o primeiro estudo com esta ferramenta e teve como objetivo avaliar a Validade e Confiabilidade do instrumento. Após a criação da ferramenta, a mesma foi testada por 21 Fisioterapeutas com experiência de pelo menos 5 anos. Ficou demonstrado que o instrumento possui Validade (Coeficiente de Correlação Intraclasse de 0,98) e Confiabilidade (CCI de 0,90).
Esta ferramenta parece ser promissora, mas temos que ressaltar que a mesma ainda não teve todas as propriedades clinimétricas testadas, portanto devemos ter muita cautela com o seu uso. Além disso a versão brasileira ainda não está disponível.
Eu vejo muita utilidade nesta ferramenta tanto para avaliação, como na construção de um Plano Terapêutico dos pacientes.
Até a próxima!!!
Fisioterapeuta do Hospital Sancta Maggiore - Prevent Senior
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa
Referência:
1- Twose PW, Wise MP, Enright S. Critical Care Functional Rehabilitation Outcome Measure: developing a validated measure, Physiotherapy Theory and Practice. 2015. 31:7, 474-82, DOI: 10.3109/09593985.2015.1025320
2- Parry SM, Granger CL, Berney S, Jones J, Beach L, El-Ansary D, Koopman R, Denehy L. Assessment of impairment and activity limitations in the critically ill: a systematic review of measurement instruments and their clinimetric properties. Intensive Care Med. 2015 May;41(5):744-62. doi: 10.1007/s00134-015-3672-x. Epub 2015 Feb 5.
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