A Coluna Recordar é viver traz um dos primeiros estudos que truxe um bom desfecho (redução de mortalidade) com o uso de Mobilização Precoce na UTI.
Apesar de a mobilização precoce no paciente crítico não ser algo recente, seus resultados mais robustos começaram a surgir por volta do ano de 2007, e o estudo Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients foi um dos primeiros a mostrar bons efeitos.
Foi realizado um Estudo Coorte Prospectivo de junho a dezembro de 2003 de 103 pacientes com um total de 1.449 atividades de mobilização.
Os critérios de inclusão foram VM por IRpA e com mais de 4 dias de VM, sendo excluídos aqueles que tinham previsão de permanecer menos de 4 dias na VM.
O protocolo de Mobilização Precoce consistia em Sentar na beira do leito sem apoio posterior, Sedestação em Poltrona e Deambulação com objetivo de se Deambular pelo menos 100 pés (30 metros) até a alta da UTI. As atividades só foram iniciadas após quadro hemodinâmico estável, FiO2 <60% e PEEP < 10 cmH2O.
O objetivo era verificar Segurança e Viabilidade, para isso estabeleceram 6 eventos adversos da mobilização: Queda de joelhos, Extubação, PAS> 200 mmHg, PAS< 90 mmHg, SpO2 < 80% e Perda de Acessos Venosos/Arteriais e Sondas.
A média de idade foi de 62,5 anos, Tempo de VM de 18,7 dias e Alta da UTI após 13 dias. Foram realizadas 701 atividades de mobilização em pacientes em Ventilação espontânea, 593 em pacientes intubados e 155 em pacientes traqueostomizados. A média de início da mobilização foi após 6,6 dias e o objetivo de Deambular 100 pés alcançado após 12 dias.
O resultado encontrado foi que ocorreram apenas 14 eventos adversos (0,96% do total de atividades), sendo Cinco quedas de joelhos, Quatro quedas de PAS, Três dessaturações e Uma perda de SNE.
Além disso, foi observado que 69% dos pacientes que sobreviveram a internação, haviam Deambulado pelo menos 100 pés (30 metros).
Esse foi um dos primeiros estudos que conseguiu correlacionar Mobilização Precoce com Redução de Mortalidade na UTI, mas temos que lembrar que o desenho do estudo foi mais adequado para Responder a hipótese sobre a Segurança e Viabilidade e não sobre a Redução na Mortalidade, para isso era preciso de um Ensaio Clínico Randomizado.
Esse foi apenas o começo e em somente 7 anos muito já foi feito e desmistificado. Então, vamos Mobilizar nossos pacientes?!
Até a próxima!!!
Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela - AL
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
Fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela - AL
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa
Referência:
1. Bailey P, Thomsen GE, Spuhler VJ, Blair R, Jewkes J, Bezdjian L, Veale K, Rodriquez L, Hopkins RO. Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients. CritCareMed. 2007;35(1):139-45.
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