29 de dezembro de 2014

Video - Ventilação Não Invasiva na Extubação de pacientes com DPOC

Olá colegas!
A Ventilação Não Invasiva tem se mostrado fundamental no aumento de sucesso de Extubação de pacientes com DPOC, principalmente naqueles com IRpA Tipo II.
O vídeo mostra o efeito dessa ferramenta nesse tipo de caso.




26 de dezembro de 2014

Benefícios do uso precoce de CPAP em pacientes hematológicos.

Olá colegas!!!
Por Wesla Neves.

Pacientes que estão em tratamento de desordens hematológicas possuem um risco maior de complicações pulmonares, já que têm a imunidade baixa e estão expostos a microrganismos multirresistentes dentro do hospital. A instalação e evolução da Insuficiência Respiratória é muito rápida, então estar atento a essa instalação torna o processo de tratamento mais eficaz.
O estudo italiano Early CPAP prevents evolution of acute lung injury in patients with hematologic malignancy se propôs a verificar se o uso do CPAP precoce possuía bom desfecho nesse perfil de pacientes.

Foi um Ensaio Clínico Randomizado, sem cegamento, de 40 pacientes (23 Leucemia, 3 Linfoma Não-Hodgkin's, 11 Mieloma Múltiplo e 3 Síndrome Mielodisplásica), 20 no Grupo Controle -Venturi-50% e 20 no Grupo CPAP.
Os critérios de inclusão foram Pacientes da unidades hematológicas do Hospital S. Giovanni

Battista-Molinette Hospital com Contagem de células brancas < 1000/mm3, SpO2 < 90% em Ar Ambiente e f > 25 rpm.
Foram excluídos pacientes já com sinais de infecção ou sepse, NYHA >II, cardiopatias, PAS < 90 mmHg, História de Asma/DPOC, IMC > 40 kg/m2 , pH< 7,3 com PaCO2 > 50 mmHg, Escala de Coma de Glasgow (ECG) < 12 e Expectativa de Vida < 12 meses.
Após a identificação da SpO2 e f dentro da classificação para inclusão, os pacientes foram randomizados e alocados no Grupo Controle (Instalação de Máscara de Venturi - 50% no mínimo 12 horas por dia, por 4 dias) ou Grupo CPAP (CPAP com Gerador de Fluxo e Válvula Spring Load por no mínimo 12 horas por dia, por 4 dias). Se o paciente, durante o uso apresentasse SpO2 < 80%, sinais de desconforto respiratório, pH< 7,3 com PaCO2 >50 mmHg, ou Algum critério médico estabelecido pelo plantonista, o paciente era encaminhado à UTI. Sendo Intubado se Relação PaO2/FiO2 < 85, PAS < 90 mmHg ou uso de agentes inotrópicos para manter PAM >85 mmHg, ECG <9, Acidose Metabólica, agitação ou PCR.
Foram avaliados Admissão na UTI, Necessidade de VM, Evolução para Lesão Pulmonar
Os resultados foram muito interessantes. As características dos pacientes foram semelhantes, portanto, aptos à comparação.
O Grupo CPAP apresentou menor Taxa de Admissão na UTI (4 vs 16 pacientes; P = 0.0002), Redução do Risco Relativo para desenvolvimento de Lesão Pulmonar de 25% e NNT =1,7.
E dos que foram admitidos na UTI, os que pertenceram ao Grupo CPAP tiveram uma Redução de Risco Relativo para IOT de 14% com NNT =1,7. Além disso 17 pacientes do Grupo CPAP foram de alta e apenas 3 do Grupo Controle sobreviveram (P = 0.0004) com Redução de Risco Relativo de 20% para o Grupo CPAP. A incidência de Pneumonia foi de 5 pacientes no Grupo CPAP contra 13 do Grupo Controle (P = 0.025) e de Sepse foi de 2 pacientes vs 13 no Grupo Controle (P = 0.001).
Este estudo é um dos poucos que consegue demonstrar que o uso precoce da VNI pode ser benéfico em alguns casos.






Wesla Neves
Fisioterapeuta da Unidade Crítica Geral do Hospital Sírio-Libanês
Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR
Especialização latu sensu em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP.


Até a próxima!

Referência:
1. Squadrone VMassaia MBruno BMarmont FFalda MBagna CBertone SFilippini CSlutsky ASVitolo UBoccadoro MRanieri VM. Early CPAP prevents evolution of acute lung injury in patients with hematologic malignancy. Intensive Care Med.2010;36(10):1666-74.











19 de dezembro de 2014

Terapia Assistida por Cães e a Fisioterapia.

Olá colegas, o post de hoje é bem interessante.

Não é novidade que a Terapia Assistida por Animais possui benefícios, principalmente para Idosos e Crianças hospitalizadas. Porém seu uso vem se estendendo a outros perfis de pacientes.  

Um estudo piloto foi conduzido para verificar se a Deambulação Assistida por Cães pode ser uma aliada na terapia de pacientes hospitalizados devido Exacerbações de Insuficiência Cardíaca Crônica.

Foram estudados 69 pacientes que eram encorajados a Deambular com assistência de um terapeuta e posteriormente a Deambular com Assistência de Cães.

Foi contabilizado o Número de passos dado e Índice de recusa na terapia apenas uma vez.

Os resultados foram bem interessantes. O índice de recusa, quando a Deambulação era assistida por cães, foi de 7,2%, contra 28% quando a Deambulação não envolviam os cães.
13 dos 69 pacientes, aceitaram imediatamente a Deambulação com cães, após terem recusado Deambular sem os mesmos.

Além disso o Número de passos aumentou em 120 passos quando a Deambulação foi com os nossos queridos amigos. Sem os cães, o número de passos foi 235 passos em média, ou seja, levar os amiguinhos para passear no hospital, rendeu 355 passos em média.

Nenhum efeito adverso foi descrito no estudo.

Até a próxima!!!

Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta do Hospital Sancta Maggiore - Prevent Senior
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP

LinkedIn: Caio Veloso da Costa




Referência:

1. Abate SV, Zucconi MBoxer BA. Impact of canine-assited ambulation on hospitalized chronic heart failure patients ambulation outcomes and satisfaction: a pilot study. J Cardiovasc Nurs. 2011;26(3):224-30.

17 de dezembro de 2014

Descontinuação da Ventilação Mecânica em Cuidados Paliativos - Parte 2: Ação

Por Dra. Bianca Orestes.

Abordamos no outro post, quesitos legais e aspectos necessários para que a extubação paliativa ou assistida seja realizada com maior segurança e confiança, porém fica claro a diferença entre ler e realizar, teoria e prática. A humanização e trabalho em equipe fazem deste texto, a prática dos nossos dias com os pacientes em cuidados paliativos. Surgem angustias e reflexões, até mesmo pessoais. Quais seriam minhas diretivas de fim de vida; e dos meus familiares?
Até 36% dos pacientes terminais possuem diretivas, como a extubação, para o fim de vida nas UTIs brasileiras. Valores muito baixos comparado a Europa e Estado Unidos.  Além disso a VM é raramente removida, pois ainda vivenciamos uma cultura paternalista no Brasil.
Estudo publicado na Critical Care em  2011, em 13 UTIs brasileiras, relataram que a maioria da equipe e membros da família são a favor de limitar o suporte de vida em doentes terminais e que tais decisões devem envolver a equipe, pacientes e familiares, porém para pacientes incapazes da escolha de retirada, o confronto surgia para os médicos sobre tal decisão. E então, quem poderá nos ajudar? Nesses casos, os familiares tornam-se representantes legais, e muitas vezes sabem o que o paciente desejava no fim de linha, facilitando para que outros tipos de cuidados iniciem, resultando em uma qualidade de vida desejada pelo indivíduo, ou seja, como é importante quebrar o cerco do silêncio para que a morte seja da própria vontade.
European Respiratory em 2012, menciona que em mais de 70% dos casos de pacientes com DPOC, na admissão em UTIs em estado de fim de vida, onde ocorrem procedimentos como intubação e traqueostomia nunca ou apenas algumas vezes foram mencionados pelos médicos, ou seja sem opções de escolha de fim de vida.
Reflita agora: o que você deseja se estivesse na situação de uma doença incurável no fim de vida? É fato que o medo de sofrer seja o principal tormento desta escolha, mas não seja por isso, existem passos a serem seguidos para evitar este cenário.
Primeiramente, este processo necessita de medidas de conforto (alívio de sintomas pré e pós retirada do suporte de vida), preparo, planejamento e atitudes individualizadas, mesmo que existam protocolos.
Reunindo alguns estudos realizados pelo grupo de estudos de cuidados paliativos de San Diego, os artigos publicados na The New England Journal of Medicine, Intensive Care Medicine e Journal of palliative medicine temos etapas comuns para a retirada como:
·      Certificar que o médico está ciente com decisão compartilhada dos familiares;
·      Cuidados espirituais presentes;
·     Reuniões familiares para tomada de decisão e explicações diretas, claras, com termos simples do procedimento, e o que poderá suceder após a retirada, como morte imediata ou em horas, dias, respondendo a todas as perguntas;
·     Certificar de que a dignidade será sempre mantida em qualquer ação e não abandonar a família e paciente no processo;
·      Minimizar ruídos externos preparando o local;
·      Liberar as restrições de visitas;
·      Retirada de equipamentos de monitorização (evitar angustia);
·  Adequar todas as medicações para certificar o menos possível de angustia e sofrimento (opióides fortes, sendo a morfina o mais utilizado para alívio respiratório, sedativos e o que for necessário para diminuir dispneia, aflição respiratória e dor. Adjuvantes, corticoides, enfim, medicamentos necessários com o objetivo de alívio de sintomas);
·       Certificar que foi retirado nutrição e hidratação artificial que poderão piorar o quadro;
·      Diminuir FiO2 e PEEP, sendo que o estudo da Intensive Care aborda o protocolo de FiO2 21% e PEEP 0, porém vivenciamos PEEP fisiológica;
·   A maioria das vezes o paciente apresenta drive respiratório, porém se não houver é uma decisão do responsável legal para a retirada de um suporte, onde não há mais dignidade de vida e cura;
·       Posicionamento e aspiração antes da retirada.

Para pacientes e familiares, a sensação de falta de ar é um dos sintomas mais terríveis durante o processo, temem que o paciente esteja passando por um sofrimento excessivo por asfixia, o ruído produzido por movimentos oscilatórios de secreções de orofaringe, hipofaringe e traqueia em pacientes terminais é descrito como um 'estertor da morte' que  possui uma incidência de 44-56% dos casos e precede a morte dentro de 48h em quase 75% dos pacientes, porém, não há angustia respiratória pelo próprio paciente, nem por auto relato e nem por aparência clínica, por isso a importância da equipe presente e medicações adequadas.
A vivência em uma Unidade de Internação por onde passam muitos pacientes em cuidados paliativos, traz a sensação de que estamos no rumo certo. Medidas como as citadas anteriormente, em sua maioria são realizadas, porém ainda há um despreparo da equipe quanto ao manejo de angustias e reflexões sobre a morte. Estive presente em extubações paliativas que levaram ao curso natural da morte pela progressão da doença em poucas horas, porém já vivenciei dias de vida com a família por perto, algumas vezes com a possibilidade de comunicação verbal, por olhar ou mesmo gestos com a boca, o que me faz pensar como é digno morrer como viemos ao mundo, sem aparelhos. Afinal o que seria ideal? 
Visitando por um mês a unidade de cuidados paliativos do Hospital do Câncer de Barretos, relato que não há NENHUM ventilador mecânico para estes pacientes, sendo tudo compartilhado com família, paciente antes de não serem capazes desta decisão e equipe. Idealização possível.
Agora, e os fisioterapeutas? Além de realizarmos a extubação com a equipe, auxiliamos também o entendimento dos familiares sobre nossas condutas. Estaremos presentes o tempo inteiro, e deixaremos de lado o pensamento de que morte não necessita de acompanhamento e teremos abordagens humanizadas com o paciente e familiar. O posicionamento, a explicação sobre o malefício da aspiração nasotraqueal, pois será mais sofrimento que alívio, e  que por vivência não mudará o quadro respiratório, a oxigenoterapia que estará presente em pacientes hipoxêmicos graves, porém em outros não trará melhora no padrão, como citado no Journal of Pain and Symptom Management em 2012, que ainda demonstra que o ventilador poderá trazer benefícios para a angustia respiratória por ativar receptores faciais de dispneia do nervo trigêmio e a VNI que poderá ser usada quando houver reversão da  causa da insuficiência respiratória e para aliviar desconforto respiratório com a tentativa de  fornecer algum tempo adicional, para por exemplo, o paciente  dizer adeus a seus parentes e amigos ou para resolver outros problemas relatados pelo próprio paciente ou familiar. Lembrando que para toda conduta SEMPRE mentalizar qualidade de vida e autonomia do paciente.
Há diversos casos, há evidências surgindo, e cada um possui uma individualidade, fazer ou não cada conduta depende da abordagem da equipe, família e paciente, sendo ele incapaz para decidir ou não. É difícil aceitar que em um hospital a morte ocorra naturalmente, mas é difícil aceitar que nosso pensamento não vá além do nosso egoísmo de dizer que a morte foi bem elaborada e sem abandonos, o sofrimento aliviado e o luto acompanhado. Esse é o nosso papel, profissionais da saúde! Particularmente acredito que nesse processo existam parcelas de despedidas, aceitação e espiritualidade.

“E um dia, quando estiver de passagem, não me coloquem nada que não seja meu, peço a Deus que me leve, sem colocar culpa em ninguém. Quero viver e não ficar aqui sem poder fazer nada. Sou grata a equipe e minha família que aceitam isso como atestado de felicidade. Sou puro risos e serei sempre assim, aqui ou lá no céu.”

Esperamos que gostem, reflitam, discutam e compartilhem.
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Dra. Bianca Orestes é Fisioterapeuta Residente do Programa de Urgência e Emergência da Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP. Bianca notadamente vem se especializando em Cuidados Paliativos e está realizando um ótimo trabalho na Enfermaria de Pacientes Crônicos e Cuidados Paliativos do Pronto Socorro do Hospital São Paulo-UNIFESP. 

Referências:
1. Soares M. End of life care in Brazil:the long and winding road. Critical Care. 2011;15:110.
2. von Gunten C, Wiessman DE. Ventilator withdraw protocol (part I). J Palliat Med. 2003;6(5):773. 
3. von Gunten C, Wiessman DE. Symptom control for ventilator withdraw in the dying patient. J Palliat Med. 2003;6(5):774. 
4. Kompanje EJO, van der Hoven B, Bakker J. Anticipation of distress after discontinuation of mechanical ventilation in the ICU at the end of life. Intensive Care Med. 2008;34:1593-99.
5. Carlucci A, Guerrieri A, Nava S. Palliative care in COPD patients: is it only an end-of-life issue?. Eur Respir Rev. 2012;21(126):347-54.
6. Campbell ML, Yarandi H, Dove-Meadows E. Oxygen is nonbeneficial for most patients who are near death. J Pain Symptom Manage. 2013;45(3):517-23.

15 de dezembro de 2014

Reabilitação pós-infarto: Não perca tempo!


Por volta da década de 70, acreditava-se que mobilizar pacientes que sofreram infarto do coração poderia ser prejudicial. No entanto, com os avanços nas terapias e ganho de conhecimento da evolução e prognóstico após evento isquêmico, o imobilismo foi progressivamente sendo abolido. Afim de utilizar terapias que auxiliassem no período de recuperação do miocárdio e diminuíssem efeitos deletérios da internação, equipes de cardiologia foram incumbidas de começar a reabilitar esses indivíduos o mais precocemente possível.

Além de efeitos bem conhecidos do treinamento físico como diminuição na taxa de eventos cardiovasculares, melhora da função autonômica e da qualidade de vida, alguns artigos têm reconhecido a importância do exercício no remodelamento do miocárdio após infarto.

Haykowsky e cols publicaram uma meta-análise avaliando esses estudos. De fato essa revisão constitui uma das principais evidências disponíveis para encorajar o treinamento aeróbico mais precocemente possível.



Foram analisados 12 ensaios clínicos randomizados que avaliaram remodelamento através de ecocardiograma com diferentes modalidades de treinamento aeróbico, alguns mistos com treino resistido e com abordagens baseadas no teste cardiopulmonar, porém com duração, frequência e início diferentes.
As variáveis obtidas pelo ECO que fornecem informações sobre o remodelamento são a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), volume sistólico final (VSF) e volume diastólico final (VDF). Sabe-se que o exercício diminui a pós-carga do coração contribuindo para um remodelamento adequado, aumentando a FEVE e diminuindo VSF e VDF.

Entretanto, quando começar o treinamento aeróbico? Até quanto realizar?

Como resultado dessa meta-análise, o grau de influência do exercício no remodelamento depende de quando se inicia e se o exercício é mantido por tempo prolongado.
Os melhores resultados foram encontrados em programas que começaram em até 1 semana após alta hospitalar e duraram até pelo menos 6 meses, reafirmando que o treinamento faz parte de uma mudança do estilo de vida.
Baseado nesses benefícios, a revisão ainda concluiu que O ATRASO DE 1 SEMANA PARA INICIAR O TREINAMENTO AERÓBICO NESSES PACIENTES REQUER 1 MÊS ADICIONAL PARA CHEGAR NOS MESMOS BENEFÍCIOS!
Isso significa que apenas uma semana que se perde em iniciar o programa de exercício, o paciente necessitará de 1 mês a mais de treinamento para que a FEVE e VDF alterem no mesmo grau que aqueles indivíduos que começaram antes.

Por isso, cada vez mais a reabilitação intra-hospitalar tem sido encorajada. É importante reconhecer nosso papel enquanto profissionais que visam funcionalidade e condicionamento físico. Tendo importante embasamento na literatura para prática de exercícios em pacientes internados pós-infarto que não necessariamente apresentem algum grau de disfunção e dependência funcional.

Ser fisioterapeuta na cardiologia significa reabilitar e treinar para diminuição de risco e melhora da capacidade aeróbica, trabalhando de maneira a previnir novos eventos.

Nos conte sobre a rotina e aceitação da equipe do seu hospital para essa prática!

Até a próxima e Curtam a fanpage do blog Reflexões sobre Fisioterapia Hospitalar no Facebook.

12 de dezembro de 2014

Vídeo - Recrutamento Alveolar.

Olá colegas!
Ter noção e principalmente entender os efeitos das nossas terapias, nós dá segurança na execução e compreensão dos efeitos esperados.
A Manobra de Recrutamento Alveolar é uma técnica, que quando bem indicada e executada, traz bons resultados.
O vídeo mostra como os alvéolos (de suínos) reagem a esta Manobra.
Interessante como o conceito de Ventilação Colateral é visível neste exemplo.

8 de dezembro de 2014

Recordar é viver: O estudo dos 100 pés / 30 metros.

Olá colegas! 
A Coluna Recordar é viver traz um dos primeiros estudos que truxe um bom desfecho (redução de mortalidade) com o uso de Mobilização Precoce na UTI.
Apesar de a mobilização precoce no paciente crítico não ser algo recente, seus resultados mais robustos começaram a surgir por volta do ano de 2007, e o estudo Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients foi um dos primeiros a mostrar bons efeitos.
Foi realizado um Estudo Coorte Prospectivo de junho a dezembro de 2003 de 103 pacientes com um total de 1.449 atividades de mobilização.
Os critérios de inclusão foram VM por IRpA e com mais de 4 dias de VM, sendo excluídos aqueles que tinham previsão de permanecer menos de 4 dias na VM.
O protocolo de  Mobilização Precoce consistia em Sentar na beira do leito sem apoio posterior, Sedestação em Poltrona e Deambulação com objetivo de se Deambular pelo menos 100 pés (30 metros) até a alta da UTI. As atividades só foram iniciadas após quadro hemodinâmico estável, FiO2 <60% e PEEP < 10 cmH2O.
O objetivo era verificar Segurança e Viabilidade, para isso estabeleceram 6 eventos adversos da mobilização: Queda de joelhos, Extubação, PAS> 200 mmHg, PAS< 90 mmHg, SpO2 < 80% e Perda de Acessos Venosos/Arteriais e Sondas.
A média de idade foi de 62,5 anos, Tempo de VM de 18,7 dias e Alta da UTI após 13 dias. Foram realizadas 701 atividades de mobilização em pacientes em Ventilação espontânea, 593 em pacientes intubados e 155 em pacientes traqueostomizados. A média de início da mobilização foi após 6,6 dias e o objetivo de Deambular 100 pés alcançado após 12 dias.
O resultado encontrado foi que ocorreram apenas 14 eventos adversos (0,96% do total de atividades), sendo Cinco quedas de joelhos, Quatro quedas de PAS, Três dessaturações e Uma perda de SNE.
Além disso, foi observado que 69% dos pacientes que sobreviveram a internação, haviam Deambulado pelo menos 100 pés (30 metros). 
Esse foi um dos primeiros estudos que conseguiu correlacionar Mobilização Precoce com Redução de Mortalidade na UTI, mas temos que lembrar que o desenho do estudo foi mais adequado para Responder a hipótese sobre a Segurança e Viabilidade e não sobre a Redução na Mortalidade, para isso era preciso de um Ensaio Clínico Randomizado.

Esse foi apenas o começo e em somente 7 anos muito já foi feito e desmistificado. Então, vamos Mobilizar nossos pacientes?!

Até a próxima!!!

Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela - AL
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa



Referência:
1. Bailey P, Thomsen GE, Spuhler VJ, Blair R, Jewkes J, Bezdjian L, Veale K, Rodriquez L, Hopkins RO. Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients. CritCareMed. 2007;35(1):139-45.




3 de dezembro de 2014

Trials que vem por aí: Fisioterapia na Exacerbação da DPOC

Olá colegas!
A coluna Trials que vem por aí voltou. O trial de hoje é intitulado de Physiotherapy in Exacerbation Chronic Obstrutive Pulmonary Disease (ClinicalTrials.gov Identifier: NCT01826682) e está sendo conduzido na Universidade de Granada - Espanha sob supervisão da Dra. Marie Carmen Valenza.
A Reabilitação Pulmonar já é uma conduta Fisioterapêutica bem estabelecida na literatura por seu ótimos resultados na melhora de Capacidade Funcional, Qualidade de Vida e Redução de Reinternações hospitalares. 
Porém esses efeitos são bem estudados em fases estáveis da doença, ainda carecendo de resultados com mais robustez na instituição de programas de reabilitação durante a internação hospitalar.
O estudo que teve início em 2013, será uma Ensaio Clínico Randomizado Cego.
Serão avaliados 70 pacientes (35 em cada grupo). O Grupo Controle não realizará Fisioterapia, já o Grupo Intervenção terá duração de 45 minutos por dia e será composto por Exercícios Respiratórios + Uso de Oscilação Oral de Alta Frequência (Shaker) + Cicloergômetro de MMII + Exercício Resistido com Theraband. 
Suas variáveis serão Força de MMSS e MMII, Qualidade de vida (St. George e EuroQoL-5), Função Pulmonar (Espirometria), Monitorização de Atividade diária (medida por pedômetro utilizado durante 12 h por dia), Qualidade do sono (Índice de Qualidade do sono de Pittsburgh) e Níveis de Ansiedade e Depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale). Elas serão avaliadas no momento 0 e após 12 meses.

  • Critérios de Inclusão: DPOC exacerbada, Sem contra-indicação para Fisioterapia, Assinar Termo de Consentimento.
  • Critérios de Exclusão: Doença Cardíaca e/ou Neurológica.
Vamos esperar os resultados, já que apesar de já existirem alguns estudos com uso de Reabilitação na fase hospitalar com bons resultados, recentemente foi publicado um estudo Muito bem desenhado e conduzido que demonstrou que a Mortalidade no grupo submetido a Fisioterapia na fase de exacerbação foi Maior dentro de 12 meses.


Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela - AL
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP

LinkedIn: Caio Veloso da Costa

2 de dezembro de 2014

Vídeo - Laringe eletrônica em Paciente com Ventilação Mecânica.

Olá colegas!
O vídeo apresenta mais uma possibilidade de comunicação com pacientes em Ventilação Mecânica. 
O paciente está usando uma Laringe Eletrônica, que é um instrumento mais usado em pacientes que fizeram Laringectomia, mas no caso a Fonação está prejudicada pela presença da Cânula Orotraqueal.
Confiram e Compartilhem.