Post em colaboração com os colegas Fernando Batista e Ângelo Roncalli.
Sem sombra de dúvidas, a Inspiração Profunda associada a elevação de membros superiores (MMSS) é uma das condutas mais realizadas por Fisioterapeutas em pacientes em ventilação espontânea e com fatores de risco para complicações pulmonares.
Isso é algo que aprendemos, vemos e repetimos.
Isso é algo que aprendemos, vemos e repetimos.
Uma das justificativas para a realização desta terapia é que a elevação dos MMSS auxiliaria o movimento de "alça de balde", e como consequência, maior expansão torácica e pulmonar, com incremento de volumes e capacidades pulmonares.
Mas qual a evidência de que essa associação, realmente promove o efeito esperado?
Em estudo conduzido por Chang-Chen et al em Taiwan, avaliou a mobilidade torácica ao longo de uma inspiração profunda com e sem elevação dos MMSS. A mobilidade foi verificada através de captação de imagem 3D. Também foi verificada a ativação muscular do músculo esternocleidomastoideo e do diafragma costal por eletromiografia de superfície.
O resultado foi que houve um incremento da ativação muscular com aumento da mobilidade somente do tórax superior, porém sem alterações significativas do volume corrente durante a inspiração com elevação de MMSS.
O estudo de Martinez et al, em Michigan-EUA, avaliou pacientes com fraqueza diafragmática e redução dos volumes pulmonares. Os pacientes realizaram inspiração com elevação de MMSS por 2 minutos. Os desfechos foram Variáveis Ventilatórias (VO2, VCO2, Volume Minuto e Volume Corrente) e Força Muscular Diafragmática.
O resultado foi que houve ativação diafragmática, mas sem alteração significativa no Volume Corrente.
Já no estudo de McKeough et al, realizado na Austrália, verificou a alteração doa volumes pulmonares, através de pletismografia, em pacientes com DPOC e em indivíduos saudáveis.
Foi encontrado que a elevação de MMSS acima de 90º, aumentou a Capacidade Residual Funcional, mas com redução da Capacidade Inspiratória em ambos perfis testados.
Parece que essa modalidade de exercício não cumpre a sua função, pelo menos aquela que muitos objetivam.
Fica a reflexão.
Até a próxima!!!
Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta do Hospital Sancta Maggiore - Prevent Senior
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta do Hospital Sancta Maggiore - Prevent Senior
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP
LinkedIn: Caio Veloso da Costa
Referências:
1- Chen S-C, Liing R-J, Lin K-H,, Lu T-W. Immediate Effects of Arm Abduction Synchronized with Breathing Movement on the Chest Wall Kinematics in Healthy Adults. Journal of Medical and Biological Engineering, 32(5): 309-312.
2- Martinez FJ, RL Strawderman, Flaherty KR, Cowan M, Orens JB, Wald J. Respiratory Response during Arm Elevation in
Isolated Diaphragm Weakness. Am J Respir Crit Care Med. 1999;160:480–6.
3- McKeough ZJ, Alison JA and Bye PTB (2003): Arm positioning
alters lung volumes in subjects with COPD and healthy subjects. Australian Journal of Physiotherapy. 2003; 49:133-7.
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