13 de janeiro de 2015

VNI associada a Inalação Medicamentosa - estudos em indivíduos saudáveis

Olá colegas, o post de hoje vai abordar uma prática muito comum em hospitais do Brasil, a associação de Inalação medicamentosa ao uso concomitante de Ventilação Não Invasiva.
Apesar de muito utilizado em Unidades de Emergência e UTI's, a literatura que suporta este tipo de conduta ainda é escassa.
Existem alguns estudos sobre o tema, sendo alguns deles brasileiros (um Gaúcho e outro Pernambucano) que tentaram verificar se a associação da Inalação com VNI, aumentaria a deposição distal de medicamento nas vias aéreas.
Mas qual o motivo de essa variável ter alguma importância? Se voltarmos nosso raciocínio para a anatomia das vias aéreas distais, encontramos pouca presença de estruturas in loco, então seria interessante aumentar a taxa de deposição medicamentosa nessas vias aéreas
cartilaginosas, ou seja, vias aéreas mais suscetíveis a colapso com aumento da Pressão Pleural. Como, o mecanismo de ação dos broncodilatadores envolve ação
Um dos estudos, que foi realizado em Pernambuco e capitaneado pela Professora Dra. Armele Dornelas de Andrade, comparou a deposição com uso de Inalação com radioaerossol em Ventilação Espontânea e associado a BiPAP. Foram estudados 13 indivíduos com Espirometria normal e IMC médio de 21 kg/m2. Os níveis de pressão utilizados foram IPAP: 12 cmH2O e EPAP: 5 cmH2O. 
O resultado encontrado, foi que a Deposição foi menor no Grupo que utilizou a VNI.
Já o estudo da Professora Dra. Jussara Maccari, comparou Inalação com Ventilação Espontânea, CPAP (10 cmH2O) e BiPAP (IPAP: 15 cmH2O e EPAP: 5 cmH2O), também em 13 indivíduos saudáveis. O resultado encontrado evidenciou não existir diferença dentre as três modalidades.
Esses estudos trazem resultados que vão contra as condutas realizadas, porém temos que lembrar que estes estudos não foram realizados nas situações na qual utilizamos. Alguns estudos, ainda em andamento, principalmente em pacientes com Crise de Asma, podem nos trazer outras respostas.
Espero que sejam positivas.


Até a próxima.

Caio Veloso da Costa
Fisioterapeuta da UTI Geral do Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela - AL
Especialista em Fisioterapia Intensiva - Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO
Especialização latu sensu em Saúde do Adulto e do Idoso com área de concentração em Urgência e Emergência pela Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar da UNIFESP

LinkedIn: Caio Veloso da Costa



Referências:

1. França, EET Armele F. de Andrade AFD  , Cabral G, Almeida Filho P, Silva KC, Galindo Filho VC, Marinho PEM, Lemos A, Parreira VF. Nebulization associated with Bi-level noninvasive ventilation: Analysis of pulmonary radioaerosol deposition. Respiratory Medicine.2006;100:721 –8.


2. Maccari JG, Teixeira C, Savi A , de Oliveira RO, Machado AS, Tonietto TF, Ludwig E, Teixeira PJZ, Knorst MM. Nebulization During Spontaneous Breathing, CPAP, and Bi-Level Positive-Pressure Ventilation: A Randomized Analysis of Pulmonary Radioaerosol Deposition. Respir Care 2014;59(4):479 –484. 





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