Com imenso prazer vamos inaugurar a Coluna Temática de Fisioterapia Traumato-Ortopédica que está sob tutela dos Fisioterapeutas Yuri Franco e Katherinne Ferro. Katherinne é formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas-UNCISAL e Yuri pela Faculdade Estácio de Alagoas. Ambos são Especialistas em Fisioterapia Musculoesquelética pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestrandos pelo Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo-UNICID.
A
IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA TRAUMATO-ORTOPÉDICA NO AMBIENTE HOSPITALAR
O
que um Fisioterapeuta Especialista em Traumato-ortopedia pode fazer dentro de
um ambiente hospitalar? Essa é a pergunta que muitos ainda fazem e, foi
pensando nessa indagação que começo escrevendo esse post para vocês.
Sinceramente, eu nunca tive a vontade de trabalhar em hospital, talvez pelo
“rótulo” de que quem trabalha em hospital é o Especialista em Fisioterapia
Respiratória. Ainda bem que isso não é verdade!
Minha
formação não foi muito embasada no ambiente hospitalar, então minha maior
experiência foi feita na pós-graduação, onde tive a oportunidade de passar uma
boa parte do tempo fazendo atendimentos ambulatoriais e também nas enfermarias
da Santa Casa de São Paulo, totalmente voltado a ortopedia. Assim, um leque foi
aberto para mim firmando ainda mais a ideia que tinha, onde o ambiente
hospitalar é muito mais do que a UTI com seus casos respiratórios e que a
Fisioterapia Musculoesquelética não é apenas aquele do consultório com suas
três séries de 10 repetições.
Porém,
junto com isso vem um mito: “o Fisioterapeuta que trabalha em hospital queria
ser um Médico”. Talvez para alguns isso possa ser tomado como verdade, porém
quando se está nesse ambiente você percebe que é muito mais que isso! Você
saber a via de acesso de uma cirurgia, qual matéria de osteossíntese foi
utilizado, o medicamento que está sendo administrado e outras minúcias que
aparecem no dia a dia são de extrema importância para saber qual melhor conduta
você deve tomar e com isso Construir o Plano Terapêutico e não somente querer
ser médico, porque saber qual procedimento foi feito não lhe dá o direto de ir
fazer a técnica.
Em
sala de aula, quando se começa a falar sobre qual via de acesso é feito para
uma cirurgia de quadril, qual placa foi utilizada para redução da fratura de
úmero, que nos casos de osteomielite é utilizado um antibiótico específico, os
alunos nos olham com aquela cara, para que eu tenho que saber isso?! E a
resposta é simples, será que a via de acesso não precisou desinserir algum
músculo, será que essa placa já se pode movimentar ativamente, com quanto tempo
eu vou poder fazer a descarga de peso com esse paciente?
Ligado
a isso, ainda existe um receio por parte dos Especialistas em Fisioterapia Respiratória
e UTI em pegar o paciente que está em sua UTI, pós-operatório de prótese de
quadril, e colocá-lo sentado, o paciente politraumatizado com fixação externa
linear será que posso mobilizar aquele membro?
É por conta dessas limitações clínicas que a
equipe multidisciplinar, não aquela com várias profissões, mas a
multidisciplinariedade entre a própria fisioterapia, é saber assumir seu limite
e deixar com quem entende mais fazer o serviço, para chegarmos a um fator comum,
que em nosso caso é a reabilitação por completo do nosso paciente.
Os
exemplos que utilizei acima são direcionados aos casos da traumatologia,
lembrando que ainda existem os casos ortopédicos, aquela reconstrução de LCA,
aquela meniscectomia, o reparo do manguito rotador e as artrodeses lombares?
São casos que muitas vezes só chegam no consultório depois da segunda semana de
cirurgia e com todas aquelas complicações devido a imobilização e muitas vezes
pela falta de orientação no pós-operatório imediato, ali no ambiente hospitalar.
Mais um ponto para a Fisioterapia Traumato-ortopédica, ela tem seu papel
importante dentro do ambiente hospitalar.
Esse
primeiro texto vem para ser mais uma introdução do que iremos abordar nessa
seção do blog. Uma visão mais “filosófica”, os seguintes vamos vir com mais
ciência e mostrar a real eficácia da Fisioterapia Traumato-Ortopédica dentro
dos hospitais.
Espero
que gostem e acompanhem nossa coluna.
Até a próxima e não se esqueçam de curtir a fanpage do blog Reflexões sobre Fisioterapia Hospitalar no Facebook.
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